sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Propósitos e passagens

A cada vez que reflito sobre diversos pontos do meu cotidiano, logo concluo que há algo faltando, um pedaço de entendimento que ainda não chegou.
Acredito que exista algo maior a ser vivido, com mais intensidade e com finalidades mais cristalinas. Há momentos em que acredito que não é somente para isso que estamos aqui. Nos consideramos evoluídos, porém sequer conseguimos repetir feitos simples que nenhuma tecnologia exigiu.
Quanto mais conheço sobre vida e obra de grandes mestres sábios, mais me pergunto o quão distante deles estou.
Há tempos procuro me ausentar da banalidade humana, onde qualquer um passa a ser herói, e a tragédia vira notícia e dá ibope. Confesso me achar um peixe fora d´água, visto que pouco do que hoje é febre me atrai. Ficaria mais feliz se pudesse sinceramente substituir a palavra pouco da frase anterior por nada. Ainda há resquícios de banalidade.
Não sei se é bom ou ruim, mas digo de coração que tanta futilidade não me atiça. Estou em busca de algo que me faça tremer, que cative de vez meu coração, e que realmente faça a diferença na vida de milhares de pessoas.
Sempre que toco nesse assunto, as pessoas me olham estranho, mas nada me tira da cabeça de que está mais perto do que se imagina ser um referencial de humildade, bondade e amor.
Embora os ensinamentos recebidos visam nos fazer acreditar em um ser maior, distante e superior a nós, insisto na ideia de que o maior dos homens, Jesus, não foi nenhum mago, não fez sequer um milagre, ou mesmo que seja filho do espírito santo. Todo esse adereço que se faz à tão sublime pessoa, existe apenas para distanciá-lo ao máximo dos seres comuns, deixando como único meio para alcança-lo a tão famosa igreja, seja ela qual for.
Como minha finalidade nunca foi, e nunca será, desdenhar ou ir contra qualquer tipo de religião, deixo este tópico para os interessados.
O real motivo é tentar entender o que faz de Jesus, e outros como ele, pessoas simples, sem riqueza, sem prestígio perante a alta sociedade, seja em qual época for, capazes de alcançar tão sublime estado de espírito a ponto de parar de se preocupar consigo mesmo, com o incerto futuro, e prestar atenção aos que a sua volta estão, necessitados, carentes, descrentes, e ser capaz de fazê-lo tão transparentemente, que mesmo após 2000 anos, ainda é lembrado por seus feitos.
As pessoas são boas, porém não sabem para onde ir, e como o sofrimento é um vilão que ronda dia a dia a porta de nossas vidas, nos fechamos dentro de objetos, de dinheiro, de mesquinharia, coisas sem valor, e nos vemos de um modo que nunca imaginávamos ser, vazios, preocupados, no máximo, com os membros diretamente ligados à nossa família, e nada mais.
Sim, pode soar estranho, mas fora épocas tradicionais, como Natal, Páscoa, e outras poucas, quanto tempo dispensamos para pessoas que realmente fazem diferença em nossas vidas? Será que temos tão pouco tempo assim, ou estamos distraídos com coisas sem valor?
Não é muito difícil entender como chegamos aonde estamos.
É como uma receita e seus ingredientes...
Sem a receita, de nada vale os ingredientes, em geral, porque a maioria quer o caminho já trilhado, ninguém está disposto a tentar de uma forma diferente, a colocar realmente a mão na massa para tentar descobrir um novo sabor, uma nova receita.
Somos direcionados pelo modismo, pelo hit do verão, e no ritmo frenético em que as coisas estão, quase nunca temos tempo para tratar com alguém que vive sempre abafado, o Eu interior.
Tente relembrar há quanto tempo você não reserva um tempo só para você, sem computador, televisão, música ou coisas do tipo. Você perceberá que cala a única voz que pode te mostrar o caminho certo.
De início você poderá ouvir coisas que não lhe agradam muito, mas que você precisa ouvir.
Eu mesmo, quando percebi o quanto estava distante de mim mesmo, e resolvi dar uma chance aos meus pensamentos, percebi que o que me fazia mal há muito tempo, já passava por minha cabeça há mais tempo ainda. Era mais fácil dizer que não haviam opções, e que a única coisa a fazer era continuar e continuar.
O impulso é exatamente o contrário do raciocínio pensado. Pelo que me parece, é desta maneira que estamos vivendo hoje em dia.
Não tenho medo de ser quem sou de verdade, mesmo que as vezes eu sofra as consequências por não estar ligado às tendências. É o novo carro que saiu? Ou será as roupas de marca que eu deixei de usar? Será que qualquer item supérfluo como tantos outros que sequer preciso citar, melhorariam a visibilidade?
Tenho inúmeras pessoas ao meu redor, muitas delas vivendo vidas que não são suas, e tentando a todo custo provar a todos que é feliz.
Será que toda essa velocidade também vem acompanhada de tapa olhos? Como seria mais belo se todos se preocupassem um pouquinho mais com o seu próximo. Mas a pressa é grande, tenho tantos planos a conquistar que o outro não pode me atrasar.
Uma breve análise da vida de muitos nos revela que, no final, a reclamação é a mesma. Não aproveitei filhos, família, oportunidades, etc.... e mesmo sabendo de todos os detalhes do fracasso, nós mesmos iremos repetir em nossas vidas, pois somos teimosos em não refletir sobre o que acontece.
Para quem já leu alguma coisa relacionada à vida de Jesus, perceberá que toda parábola trata de um fato ocorrido na vida de alguém.
Interessante mesmo é notar que Ele reparou tal fato, ao contrário do que muitas vezes fazemos, nos preocupando apenas com nós mesmos.
Algumas pessoas compartilham desses pensamentos comigo, e tenho enorme prazer em conversar a respeito, visto que deixo de me sentir, mesmo que por alguns instantes, como um lobo solitário. Nesses momentos, cresce em mim a vontade de repartir com todo mundo um sentimento de paz, de amor às pessoas. Saber que, as vezes, o que a pessoa mais precisa, é de alguém para escutar seus problemas, alguém que a ajude a aliviar a carga do sofrimento.
Confesso que tenho vontade de fazer muito mais do que hoje faço. Sei que há um propósito muito mais belo para minha vida, e seja ele qual for, vou aceitar de bom coração e tentar fazê-lo da melhor maneira possível.

Fica o convite para uma leitura sobre a bondade que existe em figuras lendárias, que tivemos o prazer de ter conosco nessa vida terrena, lembrando que tal bondade, também chamada de luz, pode ser encontrada em livros espíritas, católicos, ou em qualquer outra religião humana.
O real sentido não está nas palavras, e sim nos atos que da leitura delas brotarão.

Um ótimo ano para a humanidade.